18 de junho de 2025
Política

Tratar dívida pública do RJ no STF não é briga política, diz Castro à CNN

A ação do estado do Rio de Janeiro para suspender o pagamento de dívidas com a União não é uma “briga política” contra o governo federal, disse à CNN o governador fluminense, Cláudio Castro (PL).

Ao Bastidores CNN (de segunda a sexta-feira, das 14h às 16h), Castro disse que o Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa a ação, “tem tudo para ser a melhor arena” para tratar do assunto.

“Não há na esfera administrativa legislação ou elementos que protejam os CPFs dos gestores para que a gente possa fazer essa discussão”, comentou Castro nesta segunda-feira (29).

A ideia não é de briga. Não é briga política ou entre partidos. Isso é um ente federado questionando a dívida com outro ente federado.

Cláudio Castro

Executivo ficaria “preso”

Segundo Castro, o governo federal não tem hoje os “elementos jurídicos que o Rio de Janeiro” precisa, já que o Executivo ficaria “preso” no temor de incorrer em irresponsabilidade fiscal e no risco de a União cair em um déficit orçamentário. “Teria que ir uma lei para o Congresso para acertar isso”, acrescentou.

O governo fluminense entrou, na sexta-feira (26), com uma ação no STF para suspender o pagamento da dívida do estado com a União, que totaliza R$ 191 bilhões. Ela foi classificada por Castro, na semana passada, como “multibilionária” e “impagável”, devido a indexadores e taxas de juros.

RJ diz que “já pagou tudo”

À CNN, Castro argumentou que as renegociações com a União nunca mexeram nos juros – inicialmente, a dívida, datada dos anos 1990, era de R$ 13 bilhões – e fez um paralelo da relação entre os entes federados com os chamados “fundos abutres”, de alto risco e cujas ações e títulos são de empresas e estados em dificuldade financeira.

“São diversas teses que a gente busca para chegar em um valor de dívida justa. O Rio de Janeiro entende que já pagou ou tudo, ou uma boa parte dessa dívida que está aí”, afirmou Castro, que frisou, ainda assim, que “não há chance” de o estado declarar moratória. “Isso não é papo de mau pagador: estamos olhando para frente”, disse.

A CNN tenta contato com o governo federal e o Ministério da Fazenda para comentar as declarações de Castro.

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