18 de junho de 2025
Distrito Federal

GDF retira mais de 55 mil toneladas de resíduos em 3,5 mil km da rede de drenagem

Enquanto os brasilienses aguardam ansiosos pelo fim da estiagem, o Governo do Distrito Federal (GDF) trabalha para atenuar os impactos e fazer com que a volta da chuva seja um momento apenas de comemoração. Em todo o DF, são executados serviços para evitar qualquer tipo de transtorno — como alagamentos e queda de árvores — à população.

Hoje, o DF conta com 3,5 mil km de redes de drenagem prontos. A Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) tem atuado na desobstrução dessa rede — incluindo as cerca de 100 mil bocas de lobo espalhadas por todas as regiões administrativas —, priorizando as áreas com histórico de alagamento. Desde o início do ano, foram retiradas da rede mais de 55 mil toneladas de resíduos, que vão de folhas e gravetos a placas de carro, pedaços de madeira, calotas de carro e pedaços de sofá. A limpeza é feita com o auxílio de muita tecnologia, como robôs de videoinspeção e caminhões desobstruidores.

A poda de árvores é uma medida que ajuda na segurança da população na época de chuvas | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

“O robô vai mostrar a situação da rede, se tem obstrução, se ela está quebrada — muitas vezes por raízes —, o que nos leva a fazer uma intervenção rápida. Os caminhões também trabalham com muita tecnologia. Eles injetam a água primeiro, o que possibilita o trabalho de puxar tudo que tem de impureza, de detrito, de sujeira de dentro da rede. [Depois, ele] lava esses detritos e devolve a água limpa para a rede. Cada caminhão tem 20 mil litros de capacidade. Antes, tudo isso era feito de forma manual”, pontua o presidente da Novacap, Fernando Leite.

Leite ainda destaca a poda de árvores em todas as regiões: “Um trabalho que tem que ser feito permanentemente, a poda e a supressão daquelas árvores que já estão no final de vida, o corte de galhos, limpeza de folha, tudo aquilo que pode ser carregado para a boca de lobo e para as redes de drenagem. Nós começamos esse trabalho já no mês de julho e já devemos ter feito a supressão de quase 400 árvores e a poda de quase 500 árvores. É um trabalho intenso em todo DF”.

Ampliação

O trabalho preventivo é uma das apostas do GDF para minimizar os transtornos com a chegada das chuvas

Além da manutenção do que já existe, a rede de drenagem vem sendo ampliada. O secretário de Obras e Infraestrutura, Valter Casimiro, detalha que, a pedido do governador Ibaneis Rocha e da vice-governadora Celina Leão, houve a execução do programa Drenar DF na Asa Norte, além da construção de novas redes em regiões que passam por urbanização a fim de evitar alagamentos no período das chuvas.

“No período de estiagem agora, a gente pediu para que [os trabalhos] fossem acelerados, colocassem mais turnos. Os principais pontos foram feitos e a gente, agora, está na fase de pavimentação para que [a chuva] também não leve, não carregue esse material que a gente colocou por cima para os sistemas de drenagem e interrompa esse sistema”, descreve.

“Os órgãos estão trabalhando em várias frentes de forma integrada, com ações preventivas e estruturantes, com o objetivo de preparar todo o DF para o período chuvoso que se avizinha”

José Humberto Pires de Araújo, secretário de Governo

Esse trabalho preventivo é feito de forma conjunta e transversal, como destaca o secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo: “Os órgãos estão trabalhando em várias frentes de forma integrada, com ações preventivas e estruturantes, com o objetivo de preparar todo o DF para o período chuvoso que se avizinha”.

Além dos trabalhos de infraestrutura, drenagem e poda de árvores, a atuação permanente da Defesa Civil complementa a integração entre os órgãos com o mapeamento e monitoramento das áreas de risco, e com plano de ação para mitigar riscos e enfrentar eventuais transtornos à população e às cidades.

Previsão

Nesta quinta-feira (26), o DF completou 156 dias sem chuvas — o último registro foi em 23 de abril. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), esta é a segunda maior estiagem da história da capital federal, atrás apenas de 1963, quando houve um período de 163 dias de seca.

Ainda de acordo com o Inmet, há previsão de chuvas para o próximo fim de semana. Essas primeiras precipitações, no entanto, devem ser de baixa intensidade e curta duração, além de atingirem apenas áreas isoladas. O período chuvoso só deve se firmar mesmo no fim da outra semana, já nos primeiros dias de outubro.

Por enquanto, o DF está em alerta de perigo potencial para a baixa umidade: a mínima pode chegar a 15%, enquanto a máxima não passa de 50%. A previsão para os próximos dias também é de muito calor. A temperatura máxima pode chegar a 34ºC e a mínima estará sempre acima dos 20°C.

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